Entre os nomes mais marcantes da história das Forças Armadas do Brasil, um se destaca de forma singular: o do sargento Marco Antônio de Souza, conhecido pelo codinome “Assombroso”.
Reverenciado como o maior atirador de elite da história do Exército Brasileiro, sua trajetória é agora conhecida pelo grande público por meio da obra “Eu, Minha Arma e o Alvo”, lançada em 2025 pela editora Rocco, escrita pelos jornalistas Nathalia Alvitos e André Moragas.
Origens humildes, talento nato
Nascido em 21 de dezembro de 1964, no Rio de Janeiro, Marco cresceu em um ambiente modesto, mas carregado de disciplina militar. Filho de ex-militar, teve contato com armas ainda pequeno, usando uma carabina esquecida pelo irmão para treinar no mato por conta própria. Foi nesse cenário silencioso que despertou, por instinto, o dom que o colocaria entre os maiores snipers do mundo.
A presença constante de tropas da Brigada Paraquedista na vizinhança o inspirou desde cedo. Aos 18 anos, em 1983, ingressou oficialmente no Exército, já demonstrando uma pontaria incomum e um senso de disciplina acima da média.
Da elite da elite: o caçador das Forças Especiais
Ainda jovem militar, Marco foi selecionado para o recém-formado 1º Batalhão de Forças Especiais. De 80 candidatos, apenas nove foram aprovados — ele entre os escolhidos.
A partir daí, sua formação se intensificou sob tutela de nomes como Subtenente Deusdedit Cortes e Tenente Roberto Queiroz. Marco passou a atuar como “caçador”, o termo nacional para sniper, alcançando níveis de precisão e autocontrole que se tornariam referência entre seus pares.
Haiti: o cenário da consagração
Em 2006, Marco foi designado para a missão de paz da ONU no Haiti. Aos 42 anos, já experiente, atuou em operações de retomada de áreas dominadas por facções, com desempenho impecável.
Em regiões como Cité Soleil, considerada uma das mais perigosas do planeta, seus disparos — todos certeiros — foram decisivos. Neutralizou alvos armados com risco extremo e salvou inúmeras vidas, incluindo a de uma enfermeira soterrada após o terremoto de 2010.
Técnica apurada e domínio do equipamento
Entre seus instrumentos de trabalho, destacava-se o fuzil Heckler & Koch PSG-1, calibre 7,62mm, combinado com munição Lapua. A simbiose entre homem e arma era tão natural que parecia uma extensão de seu corpo. Cada disparo era o resultado de cálculo meticuloso e absoluto controle emocional — marcas registradas de sua atuação.
Além do Haiti, Assombroso esteve envolvido em operações na Amazônia, no combate ao garimpo ilegal, sempre com discrição e excelência.
O legado de Assombroso
Aposentado desde 2013, Marco Antônio de Souza seguiu ativo como instrutor de elite, formando novos caçadores nas fileiras das Forças Especiais. Sua imagem permanece eternizada no Centro de Instrução de Caçadores de Forças Especiais — uma homenagem à sua relevância tática e simbólica para o Exército Brasileiro.
Hoje, sua história vai além dos quartéis. Indicado pela loja Milenium Armas, de Itapira (SP), o livro “Eu, Minha Arma e o Alvo” eterniza não só o homem por trás da mira, mas também o exemplo de honra, disciplina e sacrifício silencioso em nome do país.
Para saber mais sobre o maior atirador do Exército Brasileiro, acesse:
TAGS: